As importações chinesas de soja alcançaram um patamar histórico em julho, totalizando 11,67 milhões de toneladas, de acordo com dados alfandegários compilados pela Reuters. O volume representa um aumento de 18,5% sobre o mesmo mês de 2024, quando o país comprou 9,85 milhões de toneladas, e ficou acima das projeções de mercado, que apontavam para 10,48 milhões.

O desempenho foi impulsionado, principalmente, pelo forte ritmo de embarques do Brasil, hoje o maior produtor e exportador global da oleaginosa. A safra brasileira recorde garantiu ampla oferta, prolongando o pico de disponibilidade até o quarto trimestre, cenário pouco comum em anos anteriores.

Entre janeiro e julho, a China já importou 61,04 milhões de toneladas, alta de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar do avanço anual, o volume de julho ficou 4,8% abaixo do registrado em junho, reflexo do ajuste sazonal de compras.

A intensificação das tensões comerciais entre China e Estados Unidos tem levado o mercado chinês a reforçar estoques, temendo impactos no abastecimento futuro. Nesse contexto, o setor de ração local registrou, no início de agosto, a maior aquisição diária de farelo de soja do ano, com reservas para entregas entre outubro e janeiro de 2026.

O movimento confirma a expectativa de que as importações chinesas sigam acima de 10 milhões de toneladas também nos próximos meses, sustentadas pela competitividade e pelo volume da soja brasileira.